Durante o desenvolvimento infantil, as alterações na linguagem e na fala se apresentam como os problemas mais frequentes. Tais dificuldades podem impactar diretamente no tempo de permanência na escola, além de interferir na sua socialização na idade adulta.
Por esses e outros motivos, é de suma importância a constatação precoce desse tipo de distúrbio. Assim, é possível prestar a orientação e a intervenção adequada ainda em idade escolar para que tais barreiras sejam ultrapassadas.
Não podemos esquecer que a linguagem e a fala são fundamentais para o desenvolvimento integral da criança. Esses aspectos estão intimamente ligados ao seu potencial cognitivo.
Tendo em vista abordar o assunto de uma maneira didática e simples, hoje teremos uma publicação completamente dedicada a ele. Você perceberá que há alternativas simples e viáveis para que o paciente cresça e evolua mesmo diante de suas limitações. Vamos lá?
As etapas do desenvolvimento da linguagem e da fala
Antes mesmo de começar a falar as primeiras palavras, a criança já é capaz de se comunicar com seus pais e outras pessoas próximas. Para isso, ela usa normalmente o olhar e movimentos corporais.
Essa é a chamada fase pré linguística, que se estende do nascimento aos 11 ou 12 meses. O bebê está completamente atento aos sons ao seu redor. É durante esse período, ainda, que serão balbuciadas as suas primeiras palavras, como “mama” e “papa”.
A fase linguística propriamente dita, no entanto, só começa quando a criança fala seu primeiro termo com significado. Isso geralmente coincide com o os primeiros passos. E é aí que se estabelecem novos marcos:
- Aos 18 meses, o vocabulário da criança conta com cerca de 10 palavras, normalmente com jargões e rimas
- Aos 24 meses, o vocabulário sobe para cerca de 50 palavras
- Aos 3 anos, começa a fazer frases mais elaboradas e com pronomes, sem apelar para jargões e rimas
- Aos 4 anos, elabora questionamentos, conta histórias, aprende o plural e os tempos verbais básicos
- Entre os 5 e 6 anos, fala corretamente está plenamente apta para aprender a ler e escrever
É claro que estes marcos não são absolutos. Mas eles servem como base para observações. Vale lembrar, ainda que o desenvolvimento linguístico continua acontecendo por toda a vida, principalmente pela leitura que leva à aquisição de mais vocabulário e noções de gramática.
Principais alterações na fala
Alterações incomuns na linguagem podem ser resultados de diversas patologias. Normalmente, elas estão atreladas à problemas no sistema nervoso central, sejam eles de origem genética ou psiquiátrica. Há também a possibilidade de fenda no palato ou surdez.
De qualquer maneira, costuma-se dividir as principais alterações na fala em dois grupos:
- Atrasos na linguagem: quando a evolução na comunicação da criança acontece em um ritmo mais lento que o habitual
- Perturbações na linguagem: quando acontecem dissociações entre a evolução na comunicação e as demais áreas do desenvolvimento da criança ou quando acontecem desvios na aquisição da linguagem (falta de articulação na fala, gaguez, disfonia, dislexia, entre outros).
Como é feito o diagnóstico
Na avaliação para o diagnóstico de alterações na fala da criança, são observados itens como o desenvolvimento psicomotor, comportamento social e o histórico familiar. Para tanto, o diálogo com a família e/ou responsáveis pela criança é primordial.
Além disso, consideram-se os fatores de risco pré-natais. Também são feitos exames neurológicos, de audição e psicológicos. Até mesmo o padrão de mastigação e o uso de chupetas são fatores-chave.
Alguns sinais servem de alerta para a família procurar ajuda profissional, principalmente se a criança:
- Não reage aos sons próximos até 8 semanas
- Não vocaliza qualquer som até os 10 meses
- Não diz nenhuma palavra até os 18 meses
- Não diz frases até os 2 anos
- Não tem uma fala compreensível até os 3 anos
- Tem alterações articulatórias na fala que persistem até os 6 anos
Como é feito o tratamento
A intervenção para o tratamento de alterações na fala acontece de maneira personalizada e individualizada. Ela inclui a ajuda de familiares e professores para contribuir na evolução da comunicação do dia a dia.
Dentre os tratamento mais indicados pela fonoaudiologia, está a terapia SENA (Sistema de Estimulação NeuroAuditiva). Essa estratégia tem trazido resultados muito significativos não apenas para crianças, mas para pacientes em todas as faixas etárias.
Quer conhecer mais a respeito? Então entre em contato com a nossa equipe e tire suas dúvidas!